A lua me traiu

Sábado foi dia de festcheenha de casamento.

Adoro cerimônias em casas de festas enoooormes e lindas, numa área verde incrível, com salão de festa babadex. Muitas comidinhas e bebidinhas e geral queimando o pé (gíria carioca pra "pra lá de Bagdá" ou "ficar na mão do palhaço").

Aliás, estava pensando em fazer a minha festa de casamento lá...
Quero chegar de carruagem, no meu fraque prateado. O do namorado vai ser dourado, diga-se de passagem. Muitas mulheres de chapéu e bibas de terno apertadinho - não vale camiseta da Colcci, hein. Ao invés de garçons, gogos. Ao invés de havaianas, plataformas 15. E, claro, um Espaço Ela, com Duda Molinos e Celso Kamura retocando o make e o picumã das bunitas, porque dignidade é tudo nessa vida.

Tô brincando, gente...

O que acho mais engraçado nesse tipo de festa é que as pessoas mais velhas se empolgam. Acho que porque não estão tão acostumados a enfiar o pé na jaca quanto nós e, por isso, são garantia de boas risadas.

Tinha uma senhora de preto que dançava como se não houvesse amanhã.
Sacudia os bracinhos, jogava o cabelón, encurtava o vestido e requebrava até o chão. Quase não subia de volta. O estilo da dança era Embalos de sábado à noite, mas dava de dez no John Travolta.

Um outro senhorzinho (esse era meu tio, abafa!) rodava alucinadamente em volta da pista de dança, sem parar. Como se não bastasse, abraçava todo mundo - a maioria ele nunca tinha visto na vida -, tirava foto e rodava de novo.
Pra mim, alguém deu meia bala pra ele. Faltou só dizer que amava os desconhecidos.

Só precisa de uma seleção musical melhor.
Porque tocar Calypso e Babado Novo não dá. É muita mágoa.