A pipa da vovó não sobe mais
Em uma das últimas vezes que fomos de bonde das bunita pra São Paulo, rolou um fato interessante. Lá pelo meio da noite na boate, uma amiga ganhou uma amostra grátis com dois comprimidos azuis de um Viagra genérico (Cialis, Levitra, sei lá o nome). Não faço idéia de onde surgiu, mas o fato ocorreu de verdade.
Como a racha não sabia muito bem o que fazer com aquilo, fez a desentendida e guardou. Um bom tempo depois, fui buscá-la de carro junto com outras bees para jantarmos em Botafogo. Não sei porque cargas d'água, mas no caminho o assunto surgiu e ela encontrou os tais comprimidos na bolsa. E num ato de extrema caridade, me deu a embalagem.
Eu, muito esperto que sou, deixei ali em um daqueles porta-moedas do painel, entre o cinzeiro e o rádio do carro.
Fomos jantar, deixei cada um na sua casa e fui embora. Cabeça-de-vento que sou, esqueci o remedinho milagroso exatamente no mesmo lugar.
Problema nenhum teria se aquele fosse o meu carro. Acontece que, como vocês bem lembram, eu passei um bom tempo com o meu possante no conserto depois que um velho bêbado atingiu a minha lateral. E como a minha avó não dirige, emprestou o Carro-da-Produção (vermelho e com direito a um chaveiro com scarpin de strass) para quando eu quisesse ferver por aí.
Resumindo: eu devolvi o carro com dois comprimidos de Viagra...para a minha avó!
Fato que não foi ela quem achou. Afinal, vovó nunca dirige e quase não enxerga. Eu até que poderia ter ligado pras minhas tias ou tios e explicado tooooda a história (e tentado reaver os remédios, claro). Mas quer saber? Deu uma preguiça... Ou, na pior das hipóteses, poderia ter rido horrores com esse belo mico.
Acontece, na verdade, que a minha família é um pouco estranha. Ninguém toca em determinados assuntos com medo de causar algum conflito mais sério. Explico: aqui todo mundo é super encrenqueiro - e eu não saí com a personalidade diferente. Daí vocês entendem porque a pergunta "cadê a namorada?" foi definitivamente abolida dos diálogos que envolvem a minha pessoa. "E se não acreditarem em mim?", pensei. Melhor deixar pra lá e me fingir de morto.
Eis que no meu aniversário, eu tive uma confirmação de toda essa loucura. Meu primo foi com a mulher lá em casa e quando estavam na sala conversando com os meus pais, surgiu uma história sobre um cara que tinha passado mal na rua por conta do remédio. E meu primo solta um "você sabia que o Fulano (meu outro primo, de 21 anos) toma viagra?! Pois é, toma que eu sei!". Óbvio que a minha mãe ficou apavorada justamente porque meu primo de 21 anos supostamente não precisaria...
Mas eu, que a essa hora ouvia o papo enquanto acabava de me arrumar, entendi o recado: não era o Fulano, mas sim EU quem tomava o viagra. Como disse, minha família é perturbada e ninguém nunca teria coragem de comentar o achado de um comprimido desse tipo logo após o uso do carro por mim. A não ser assim, jogando piada.
Eu nem ligo mais, sabe? Cheguei a um estágio da vida que essas coisas não me incomodam. Se fosse há um tempo, ficaria putinho. Mas de fato, teria sido bem mais engraçado se tivessem me sacaneado, ligando no dia seguinte pra dizer "Aí, hein, foi trepar ontem e broxou. Comprou até Viagra..." ou qualquer coisa do tipo - mesmo sabendo que tal comportamento seria impensável vindo da maioria dos integrantes da família que eu tenho.
Fica a lição: há poucas pessoas no mundo que nos conhecem como a gente realmente é.
quarta-feira, janeiro 28, 2009
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5 comentários:
ainda bem que foi viagra genérico que acharam. (cala-te boca)
E ninguém ainda tomou esses comprimidos? Eles estão por aí dando sopa?? Gui, fica ótimo combinar Viagra com... com... deixa pra lá.
Sem contar que, antes desse viagra chegar na sua mão, a loka sofre o famoso acidente de carro no hospital em meio tudo qu estava na bolsa o medico viu o comprimido e ainda questionou c era dela!
Viagra pode ser bem interessante... devia ter se jogado... e viva a fama!
rs.. q história hein?
aa minha familia não tem dessas.. fala na cara e faz piada na cara..
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