Braço forte, mão amiga
Brasileiro tem memória curta. Fato que essa é uma das maiores verdades sobre o comportamento desse país. Há bem pouco tempo, ouvia-se que a solução para a violência das grandes cidades seria a presença do Exército nas ruas, tendo como base uma única experiência de mais de 15 anos, quando o Rio recebeu dezenas de chefes de Estado e tudo correu bem.
Além de evidentemente ter sido um evento atípico, parece que a população esquece que se já não bastasse a ausência de qualquer tipo de preparação para lidar com a violência urbana, esse mesmo Exército foi o que comandou o período mais negro da história do país - e só quem teve familiares executados ou torturados por essa instituição sabe do que eles são capazes.
Talvez por isso eu sempre tive um pé atrás com militares em geral. Preconceito? Sim, mas não deixa de ser um pouco de verdade. Os recentes envolvimentos do Exército em situações brutais das mais variadas só vêm confirmar meu olhar.
De um lado, em menor grau, a prisão dos sargentos gays - ok, a Cassia Eller tava loka pra sair na capa da G, mas a postura da instituição só reafirma seu nivel de intolerância - e, agora, o desaparecimento dos jovens do Morro da Providência, entregues aos traficantes como mercadoria.
Eu, que sempre desconfiei da aclamada incorruptibilidade do exército e de suas tão propagadas boas ações, como a expulsão do tráfico das comunidades em que participa de obras e investimentos, não estou surpreso.
Que pelo menos sirva pra mais alguém enxergar que colocar um tanque e meia dúzia de despreparados numa favela não é plano pra acabar com a violência. A figura do Estado deve ser muito mais do que isso.
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3 comentários:
Não é a resposta...É desespero.
Até por que da onde saiu aquele pequeno soldado que não teve escolha na vida se não entrar para o exército?
E aquele outro que tem sede de aventura?
Não é a resposta...
Basta lermos um pouco de História do Brasil no Séc. XX para constatarmos que a mão não é tão amiga assim...
Grandes mentes pensam parecido!
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