Partido Verde
A capa da Época dessa semana trouxe a folhinha da erva mais consumida nesse mundo-de-meu-Deus. Motivada pelas recentes declarações de ex-presidentes (um deles o nosso queridinho FHC), traz à tona a necessidade de discutirmos novas políticas de drogas no país.
A reportagem fala o que todo mundo está cansado de saber, mas que a sociedade brasileira finge não enxergar: os prós e contras da legalização, a postura de outros países e o poder destrutivo de drogas legalizadas como o cigarro e a bebida, além de apresentar um quadro resumido dos conceitos e efeitos de alguns tipos de substâncias.
No Brasil, há algum tempo a política contra o usuário é de alguma tolerância, caso seja constatado o tal “para consumo próprio”. Mas, por não ser claro, tal posicionamento dá margem a diversas interpretações. E dentre todas elas, o achaque passa a ser a postura mais praticada pela polícia (você prefere perder vintinho do café ou dar um pulinho na delegacia?). Aqui no Rio, algumas Secretarias de Segurança de governos anteriores, como no caso da Benedita, deram até mesmo ordem expressa de nunca prender usuários de drogas “leves”.
O governo atual parece ter adotado um pensamento contrário a essa tendência. Por muitos e muitos anos as praias da cidade foram áreas notoriamente livres para o consumo de maconha, com raras exceções – o verão do apito, objeto usado pra avisar da presença da PM, fez história. Nesse verão, os casos de policiais na areia à procura de usuários tem sido constante. Desde pouco antes do Reveillon que eu tenho visto, em todos os fins de semana, revistas e detenções. E não só da forma tradicional: presenciei até mesmo policiais à paisana, além de ter ouvido histórias de que policias mulheres estariam misturadas no meio da galera.
Não cabe nem discutir aqui o absurdo que isso se tornou. Sem esse papo de que “o usuário financia o tráfico”, uma vez que subir morro e prender chefão ninguém quer, é melhor “mostrar serviço” justamente no lado mais fraco... E cabe a observação: em todas as vezes, os moleques maconheiros estavam de volta à areia em pouco menos de meia hora...
Então, fica a dica pra quem é adepto ao cigarrinho-do-capeta em locais públicos: se possível, não fazer e se fizer, muito cuidado. Rodar por coisa tão boba pode acabar com o seu Carnaval. Ou com o dinheiro do seu bolso.
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4 comentários:
A lei está aí, né? tem que cumprir. O que não signfica que eu concorde que ela permanceça como está.
considerando os males das drogas legalizadas, a gente vê que a questão é muito mais cultural do que científica.
e botar todas as drogas num mesmo saco de "proibidas" acaba tornando o acesso a todas igual. o consumidor de maconha tem a mesma facilidade para comprar crack se quiser.
Não acho que a legalização iria acabar com o tráfico. Sempre vai existir mercado negro (não existe pirataria de CDs?), mas com certeza iria acabar esse tráfico com ares de máfia napolitana que só temos aqui na América do Sul.
Ou você acha que traficante anda de fuzil AR15 a luz do dia nos guetos de Amsterdã ou Nova York?
ontem no rio music tivemos uma palestra com O NOITE LEGAL, projeto que regulariza a noite, enfim.
achei maduro o bate papo, pois momento algum disseram q são contra a utilização, mas que seja feita com consciência.
Que não seja algo explanando, pq se algum fotografo tira alguma foto, aquela imagem que vai rodar em todos os lugar!...
Libera GERAL!
Querido, a lei 11.343/2006 acabou com pena de prisão para o crime de porte de entorpecente para uso próprio (alguns até defendem que virou contravenção). Pode-se prestar serviços à comunidade, participar de uma palestra educativa etc. Muitos têm entendido também que para essa nova infração não se aplicam nem as limitações que normalmente incidem nas transações penais (art. 76 da Lei 9.099/95). Ou seja: não importa quantas vezes você for pego, vai ter sempre direito a fazer o acordo com o Ministério Público. Por isso eu digo: ao invés de ficar discutindo com policial brucutu e estimulando a corrupção (essa sim, crime "pesado", art. 333 do CP), peça para ser levado à Delegacia. Peça para conversar com o Delegado -- eles costumam ser mais razoáveis. Se ele começar a engrossar, diga que seu advogado o orientou a apenas assinar o termo de comparecimento no Juizado Especial e que depois de assinar você tem que ser liberado.
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