segunda-feira, maio 25, 2009

Micarerave

Lá fomos nós sábado pro Chemical Music Festival, a rave que é chamada de maior festival de música eletrônica do Rio. Confesso que eu já estava de bode antes mesmo de começar: já sabia que iria encontrar muitas botas brancas e toda aquela função pouco interessante.

Não deu outra: confusão pra pegar o convite vip na entrada, filas enormes nos caixas, falta de água e cerveja nos bares, banheiros super distantes. Nem a área vip salvou: a confusão era igualmente grande e a única diferença eram dois lounges, um koni e um mini 00. Destaque apenas para os telões usados nas cabines dos DJs e na decoração da tenda MySpace.

A tenda house foi o ponto de encontro, mas o povo não se jogou tanto quanto estamos acostumados. O som também não ajudou: salvo raros momentos como a vibe do Ask2Quit, da Ana Paula e do André Garça, que encerrou com um excelente remix de Billie Jean, nada foi surpreendente. Aliás, como previ aqui, Booka Shade foi decepção do início ao fim. E vale dizer que fiquei num belo bode com aquele batuque interminável da Patricia Tribal. A idéia é boa, mas cansa: 5 minutos parecem meia-hora. (Na minha humilde opinião, aquela inserção deve ser usada como um show rápido e não um set inteiro). Com o sol das 9 a pino, a tenda parecia uma festa no clube: amigos reunidos papeando, sentados na grama, tomando um bronze...só faltou um churrasquinho.

No fim, mais uma vez, o que mais me incomoda é o tipo de público presente nessas "raves" cariocas. Lembro com saudade da Bunker Rave ou do Skol Beats, onde a maioria ia celebrar a música eletrônica, conviver em total harmonia e colocar em prática o respeito que esse estilo de vida sugere, sejam com os manos do d'n'b, as bichas da house, os modernos do techno, os flúors do trance ou as pattys da vip. Hoje, o mainstream transformou esses eventos em uma micareta disfarçada, onde só falta o abadá. Por falar nisso, não era raro ver piriguetes de blusa de paetê ou sobretudo de onça. Sim, sobretudo na rave: oi? E também não raro era ouvir "aqui é tenda de viado", "nossa, tem muito homem beijando homem" ou coisas do tipo...

Acho que tô ficando velho. Ou exigente. Ou ranzinza. Ou impaciente. Chame do que quiser, a verdade é que eu gosto de conforto, banheiro limpo, pufe pra curtir um papo com os amigos, bebida gelada, ar-condicionado. É bom variar? Sim, claro, mas me faltou disposição pra abrir mão dessas e outras coisas. Talvez seja a ansiedade por SP, talvez tenha sido apenas a falta de vontade, mas o certo é que sem um motivo maior - cadê Steve Angello, meu Deus? - eu não devo pisar em um festival desses tão cedo. Nem de graça.

7 comentários:

Guilherme disse...

O Steve Angello não teve... mas em compensação o Trentemoller marcou presença e fez bonito...
assistiu?

Daniel Cassus disse...

Como todo grande evento, era melhor quando era pequeno e era o segredinho dos frequentadores das 1as edições. Nem me arrisquei.

TONY GOES disse...

Sem falar que o Riconetro é longe pra carái pra quem vem da Zona Sul, e a fiula pro estacionamento é de desanimar qualquer colocón.

É por essas e por outras que me é tão difícil arredar pé da Universal. E olha que sábado nem estava vazio como eu temia, até que tinha bastante gente.

Mas o senhor quis variar, e mais uma vez não nos vimos...

abonitadaviaeirasouto disse...

Vamos lá. foi a 1º 'rave'. Cheguei cedo, tipo 1 da manhã, foi o erro, vazio. Não tive problema com a entrada, nem para área vip. Mas tudo era longe (agora a cerveja e a skol beats, ok o evento é patrocinado por ela) mas em 2 goles ela acaba. Tipo a pista era longe do bar, aí na grama e úmida, era um porre até chegar no bar. Gostei do som da pista principal. Não encheu o evento. A pista house várias amigas e os mesmos djs, fora o Booka Shade (que esta tipo o Peter Rauhofer, sempre no Brasil), ouví pouco e gostei. Como paguei caro pela área vip e lá estava os melhores top's preferi ficar lá. Comi um koni e bebi muito. Estava com um grande amigo, valeu a noite/manhã. Mas ainda bem que é uma vez ao ano. Espera mais, tipo Skol Sensation ou alguma coisa parecida. Pelo preço e pela estrutura do evento. Mas no Rio tudo fica a desejar. Fora as label's que adoro. Isso sim são festas. O bar perto da tenda house acabou a cerveja aí voltei para área vip, mesmo querendo fofocar com as 'colegas'. NOTA 7 COM LOUVOR

OOM disse...

o trenzinho da alegria (leia-se banheiro) da área vip foi um charme a mais... outra coisa a cenografia da área vip era a mesma usada no R.M.C.... tenda gay? sério... gente nem reparei! kkkkkkkkkk

Thiago Lasco disse...

Bom... nada do que vc disse me surpreendeu. Era de se esperar, ainda mais com um line up fraco como esse. Mas errado mesmo é o nome do festival, que força a sociedadea continuar associando eventos do tipo com o consumo de drogas.

Pelo menos dá pra encher os olhos com os melhores corpos do Brasil... o que não é pouco.

B. Rio disse...

Não aguetei o batuque da Patricinha Tribal, até tentei dançar, mas me cansei..hehehehehe. Eu já fui mega desanimado pra festa, tb gosto de conforto, tanto é q ainda dei uma passada na TW, rsrs e como o Tony disse não estava vazia! O bom dessa rave pra mim foi que ela teve um motivo especial, um acontecimento meio que inesperado, vc viu né? Bom, que venha SP no final de semana, conforto, gente bonita, som agradável e nada de botas e sobretudos! hahahahaha