segunda-feira, setembro 08, 2008

My Vibe Doesn`t Travel

Há tempos eu não falo de noite aqui no blog. Não que eu esteja afastado das pistas, mas resolvi dar um certo tempo no assunto.
E vamos combinar que voltar com o pé direito dá muito mais prazer, né?

Depois de uma sexta no D-Edge, que me fez superar o trauma que eu tinha com o Morcef depois de uma X-Demente que nêgo sentou no queijo ao som do gorducho, lá fomos nós no sabadão pro Universo Perfeito. Mas não sem antes curtir o melhor momento do finde: o grande esquenta na Maison Lorena, claro.

Entrar na The Week São Paulo é ter certeza que a vida pode, sim, ser bela. A filial do Rio é o nosso quintal de casa, onde todo mundo se conhece e troca figurinhas de um jeito carioca low profile. Mas a matriz, pelo menos pra cariocada, é um acontecimento, algo a ser explorado com todos os devidos cuidados - ou sem nenhum deles, dependendo do ponto de vista.

Fui pra cidade esperando ansiosamente o set do Junior Vasquez. Afinal, o cara sempre foi uma verdadeira lenda. Até mesmo pra mim, new generation (tá boa?), que não peguei a fase áurea, mas que já tinha ouvido muito por tabela as produções dos anos 90 e início dos 2000, além das muitas histórias das noites inesquecíveis em NY.
Mais recentemente, ouviu-se muito sobre os casos de vício e rehabs. E nos últimos anos, muita gente falando que apesar de uma mudança de estilo, o DJ havia se reencontrado - incluindo a apresentação da Parada de NY esse ano, onde ele mandou um pesado set de cinco horas.

Mas parece que por aqui a coisa quase sempre foi tumultuada.
Lembro da Parada 2003 de São Paulo, que a tia deu uma desculpa mega esfarrapada às vésperas da apresentação na Level ("só toco se disponibilizarem o aparelho MeuCu369" - existiam apenas dois no mundo - e depois saiu dizendo que a passagem não teria chegado), deu no-show mesmo com zilhões de convites vendidos antecipadamente e ainda concorreu ao toféu Truque do Ano da Noite Ilustrada. Mas diz que, na verdade, ela nunca conseguiria embarcar, já que não dava pra fazer tina no avião.

Depois, no Carnaval de 2005, JV finalmente desembarcou por aqui, trazido pela finada X Demente. Lembro da tensão, das fofocas de que ela desistiria e das exigências absurdas, como ficar em um aquário de vidro com ar-condicionado potente (seria ok se não estivessemos falando do caldeirão da Fundição Progresso no verão carioca - 50 graus na sombra, bee!).
No final, ela veio, a noite foi ótima, a vibe incrível (também pudera, caldeirão + Carnaval + Rio não poderia dar errado), o show de Kevin Aviance ao som de Took My Life, da Vernessa Mitchell, foi absurdo, mas o set não foi inesquecível como a gente achava que iria ser.
Mesmo assim, tenho o mega flyer guardado até hoje...

Naquele mesmo ano, o DJ baixou mais uma vez por aqui, dessa vez em São Paulo, pra uma festa no Unique com pocket show da própria Vernessa que reuniu as finas paulistanas, mas dividiu o público: muita gente amou, muita gente achou sem clima e às 5 da manhã já rumava pros outros clubes. Naquele sábado, aliás, a The Week foi consagrada como a melhor noite da Parada - nem sombra de JV.

Acabei esquecendo mas o Cena me lembrou: ainda em 2005, JV voltou ao Rio no mês de setembro, dessa vez pra uma edição da Xtravaganza que comemorava os 13 anos da Le Boy. Essa sim foi digna de toda a fama do top DJ. Mesmo tocando quase que apenas produções próprias, coisas antigas e nem todas conhecidas da massa, Junior deu um show de história de house. E finalmente tivemos uma noite ótima.

Apesar de tantas histórias ruins, dessa vez, depois do tal suposto renascimento do DJ, eu acreditei que a humildade teria entrado no coração de Madame Vasquez. Sei lá... ou o rehab teria funcionado, ou a idade teria chegado, ou o clima do seu próprio aniversário fosse fazê-lo mais sensível, ou a possibilidade de ensinar a nós, macaquinhos da selva brasileira, a cultura gay americana depois de 3 anos da última visita.

Mas não foi. A tia cagou feio, o som parou, a galera vaiou. Muito papo com o técnico de som, com o empresário ou com sei lá mais quem. Se ela estava louca ou fez a maluca, eu não sei. Fato que ela se foi, depois de pouco mais de 15 minutos (15 minutos ou uma hora num set de 5/7/10 horas, pra mim, é a mesma coisa). A TW teve a coragem de mandá-la pra casa depois de perceber a pista esvaziando - até a área vip já não bombava, como costuma acontecer quando falamos de um mega DJ no clube.
Ao Junior Vasquez sobrou apenas o último ato: catar sua trouxa e sair sem nem olhar pra trás.

Se a noite não entrou pra história por ter sido incrível, entrou pra história por ter sido peculiar - e, mais uma vez, pela ousadia da casa em salvar a noite dos seus frequentadores usando os residentes merecidamente elogiados.

Esse não pisa mais aqui.

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Pra tentar entender a cabeça de diva do Vasquez, aqui vai uma entrevistinha de 2006 - ou seja, bem recente.

Detalhe pro interesse apenas no seu próprio trabalho e na cena nova iorquina - que já nem rende tantos frutos assim, se compararmos com cidades como São Paulo, Montreal e Barcelona -, ainda mais com cada vez mais apresentações dos tops pelo mundo.
Enfim, muita sorte pra ele láaaaa na América.

1 comentário:

Lib disse...

soube que vc esteve em Sampa e eu aqui. muita inveja de celsito dossi e ludo que passaram uma tarde de peruas contigo no Cite Jardin.

:((((((

em dezembro estou no Brasil. fala pro Tony me convidar pra ir pro Rio porque estou dura montando meu enxoval, hehehe.

beijocas e muitas, muitas saudades